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Nota Técnica - TLV-STEL

Exposição de Curta Duração (STEL)

Verificação de jornada e Tratamento Estatístico de Longo Prazo

A partir do questionamento de um cliente e de trocas de e-mails com dois outros colegas Higienistas, Mário Fantazzini e José Carlos Lameira Ottero, cuja participação e desprendimento no processo de discussão; pertinência nas observações e comentários foram fundamentais; surgiu o texto abaixo que, inclusive, veio a ser publicado na página “Prevenção de Riscos - bate-papo com Mário Fantazzini”, da Revista Proteção nº 336, de Dezembro/2019:

De acordo com o livro TLVs® e BEIs® da ACGIH, 2019, o Limite de Exposição de Curta Duração (TLV - STEL) é um limite média ponderada em 15 minutos, que não deve ser ultrapassado em nenhum momento da jornada de trabalho, mesmo que a concentração média ponderada (TWA) em 8 horas esteja dentro dos Limites de Exposição estabelecidos.
Exposições acima do TLV-TWA, mas abaixo do TLV-STEL, devem ter duração inferior a 15 minutos e devem ocorrer não mais do que 4 vezes ao dia, devendo existir um intervalo mínimo de 60 minutos entre as exposições sucessivas.
A limitação de exposições elevadas de curta duração tem por objetivo prevenir a ocorrência de efeitos agudos adversos à saúde resultantes de exposições pico eventuais durante a jornada de trabalho.
Três observações importantes devem ser feitas inicialmente:
1ª. Não é possível deixar de considerar o item “Exposição Pico” à página 6 do mesmo livro, onde é recomendado que seja considerado um TLV-STEL se há dados que o suportem e, mesmo para contaminantes que não tenham o TLV-STEL, as exposições pico de curta duração, acima do TLV-TWA, devem ser controladas e, consequentemente, aferidas;
2ª. No período em que ocorre o pico, a concentração pode efetivamente exceder o TLV-STEL, desde que, dentro dos 15 minutos citados acima, a concentração oscile para baixo, de forma que a média ponderada respeite o TLV-STEL;
3ª. Deve ficar claro que a janela amostral para este tipo de limite é uma jornada de 15 minutos, posicionada nos momentos esperados de pico do contaminante;
A Estratégia de Amostragem está vinculada, dentre outros fatores, aos tipos de limite de exposição e, via de regra, um conjunto de dados é produzido com o objetivo de representar uma estimativa da exposição de determinado Grupo Homogêneo de Exposição, seja para uma jornada, seja para “conhecer” a exposição ao longo do tempo e que o TLV-TWA também seja respeitado.
O monitoramento de 15 minutos para fins de atendimento ao TLV-STEL é feito de forma complementar ao TLV-TWA, que também deverá ser respeitado, quando o julgamento profissional do avaliador indicar a possibilidade de exposição pico (máximos de concentração) durante a Caracterização Básica.
Portanto, para um tratamento estatístico adequado dos contaminantes com TLV-STEL, há a necessidade de verificação da jornada e de um plano amostral de longa duração e com uma quantidade maior de amostras, observando-se as seguintes premissas:

  1. Todo o protocolo de utilização do TLV-STEL deve ser respeitado (ver livro TLVs® e BEIs® da ACGIH, edição 2019, página 5).
  2. Se qualquer verificação dos até “4 picos” exceder o limite, este estará excedido.
  3. Se houver mais de 4 máximos, ou se a distância temporal entre eles for inferior a 1 (uma) hora, o limite deve ser considerado excedido.
  4. Se todos os “4 picos” respeitarem o TLV-STEL, esta jornada será considerada conforme, desde que o TLV-TWA, também, seja respeitado.
  5. Para a análise de vários dias, isto é, quando há a necessidade de estarmos seguros que, no longo prazo, o TLV-STEL estará sendo respeitado, sugere-se escolher um prazo razoável segundo o perfil de exposição observado. Estes dias devem ser sorteados de forma aleatória.
  6. Devem ser avaliados, pelo menos, de 6 a 10 dias.
  7. “Se” todos os dias respeitarem o TLV-STEL e o TLV-TWA, é possível fazer uma análise estatística dos maiores valores de cada dia, utilizando a planilha IHSTAT®, da AIHA, por exemplo, para avaliar qual a possibilidade do TLV-STEL ser ultrapassado ao longo dos dias de trabalho (exposição de longo prazo).

Desta forma, haverá a possibilidade de uma abordagem capaz de verificar se o parâmetro possui uma variabilidade lognormal inter-dias, a ser confirmada com a planilha IHSTAT® da AIHA e, estudando-se o parâmetro desta distribuição, ser feito um julgamento sobre a tolerabilidade das exposições.

Agradeço muito a oportunidade de ter participado deste trabalho a “6 mãos” com os Higienistas, Mário Fantazzini e José Carlos Lameira Ottero.

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